Funções do “que”

As funções do “que” são várias e dependem do contexto da frase. Pode ser advérbio (de intensidade), conjunção subordinativa (causal, comparativa, concessiva, explicativa, final, temporal ou integrante) e pronome (interrogativo ou relativo).

Leia também: Quais são as funções do “se”?

Resumo sobre funções do “que”

• As funções do “que” são várias e dependem do contexto da frase.
• A palavra “que” pode ser advérbio, conjunção ou pronome.
• Como advérbio de intensidade, ela pode intensificar outra palavra na frase.
• Como conjunção, ela une duas orações, estabelecendo relações de sentido entre elas.
• Como pronome, ela retoma um termo anterior.

Quais são as funções do “que”?

A palavra “que” é bastante usada na língua portuguesa, e parte disso ocorre por conta das diferentes funções que ela pode exercer em frases distintas. Veja as seguintes frases:

Que frio todo é esse?

Acho que vai chover...

O clima que faz lá está ótimo para pegar uma praia!

Na primeira frase, “que” exerce função de advérbio.

Na segunda, exerce função de conjunção.

Na terceira, exerce função de pronome.

Vamos entender cada função a seguir.

→ “Que” com função de advérbio

A palavra “que” pode funcionar como advérbio de intensidade principalmente em frases exclamativas. Nesse uso, a palavra “que” intensifica a qualidade expressa por um adjetivo, advérbio ou mesmo por um substantivo. Observe nos exemplos a seguir:

Que linda ficou a decoração!

Ai, que medo desse filme!

Que maravilha encontrar você aqui!

Que rápido ele corre!

Que tristeza ver tudo isso terminar assim...

Em todas essas frases, a palavra “que” reforça a intensidade do adjetivo ou substantivo que o segue, aumentando a carga emotiva do enunciado.

→ “Que” com função de conjunção

A palavra “que” também pode ter função de conjunção quando liga duas orações diferentes, criando uma relação de sentido entre elas, como causa, comparação, explicação, finalidade, entre outras. Nesses casos, o “que” não substitui nenhum termo, mas conecta as frases para criar sentido entre partes do enunciado. O tipo de sentido criado define qual é a classificação da conjunção “que” naquele contexto. Veja:

Note que, em alguns desses casos, a palavra “que” aparece junto a outra palavra (como em “ainda que”, “para que” e “assim que”), formando uma locução conjuntiva, ou seja, expressões formadas por duas ou mais palavras para desempenhar função de conjunção.

→ “Que” com função de pronome

A palavra “que” ainda pode atuar como pronome interrogativo ou como pronome relativo.

Como pronome interrogativo, o “que” é usado para formular perguntas diretas ou indiretas, substituindo o termo sobre o qual se quer obter informação. Veja:

O que você quer?

Em que posso ajudar?

Como pronome relativo, o “que” serve para retomar um termo anterior sem repeti-lo, ligando-o a outros elementos da frase. Assim:

O livro que comprei é ótimo!

Nesse caso, “que” se refere ao termo “livro”, ligando-o ao restante da frase e exercendo função de objeto direto da oração.

Eu que fiz esse desenho!

Já nesse outro caso, “que” exerce função de sujeito da oração, retomando o elemento “eu”.

Nós nos encontramos ontem, que foi um dia bem atípico.

Do mesmo modo, nesse caso, a palavra “que” exerce função de pronome relativo, retomando o termo “ontem”, o sujeito da oração seguinte.

e também: Quais são as funções dos pronomes oblíquos?

Exercícios resolvidos sobre as funções do “que”

Questão 1

(Avança SP)

QUINO. Adaptado, Mafalda. Disponível em: <https://feedobem.com/artigos/compartilhar/tirinha-mafalda>. o em: 04 de abril de 2023.

Na fala da Mafalda “esse que a gente tem aqui dentro”, a palavra “que” exerce a função sintática de: 

A) Conjunção integrante.

B) Pronome relativo.

C) Advérbio.

D) Preposição.

E) Interjeição.

Resolução:

Alternativa B.

Na fala da Mafalda, o “que” funciona como pronome relativo, pois retoma o termo “esse” e introduz uma oração, ligando-a ao termo anterior.

Questão 2

Assinale a alternativa que apresenta, entre parênteses, a análise correta da palavra “que” destacada em cada frase.

A) Minha família achou que eu não ia mais me mudar. (conjunção integrante)

B) Que bela tarde de Sol! (pronome relativo)

C) Já que não nos vimos mais, eu decidi apagar o contato dele na agenda. (pronome interrogativo)

D) Em que momento isso pareceu uma ideia inteligente? (conjunção concessiva)

E) Que bagunça é essa? (advérbio de intensidade)

Resolução:

Alternativa A.

Na frase, o “que” funciona como conjunção integrante ao introduzir uma oração subordinada substantiva (“que eu não ia me mudar mais”) após a oração principal (“Minha família achou”).

Fontes

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.